Esse final de março está sendo particularmente amargo. O terremoto no Japão seguido do tsunami deixou o mundo com um nó na garganta. O que dizer diante da tragédia crua? Não estando lá, como testemunha ocular, o que dizer de tudo aquilo? É incompreensível! Após o ruído ensurdecedor do terremoto e da fúria do mar, apenas o silêncio, pois nada mais há a dizer!
Quando vi a notícia da morte do urso Knut, fiquei imaginando o seu cercado no zoológico de Berlin, o suave ruido da água, o sussurrar do vento nas folhas...De repente, a ausência daquele animal tão inocente encheu aquele recinto de um ensurdecedor silêncio. A ausência de Knut é como uma sombra. O recinto agora está irremediavelmente vazio. E esse vazio jamais será preenchido.
Agora nova ausência, novo silêncio. O mundo está menor e mais triste. Morreu Elizabeth Taylor. O mundo ficou para sempre desfigurado. Ficou silencioso.
Tenho a sensação de que a cada dia uma figura importante do mundo de cada um desaparece, enchendo a realidade de silêncio e de sombras!
Mas se a caixinha de lembranças está quase cheia, há uma outra caixa, misteriosa, surpreendente, que nos prega peças a todo instante: é a caixa do novo, da natalidade. Ela está sempre grávida de novidades!
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