quinta-feira, 21 de julho de 2011

Casos sem honra.

A Pastoral da Terra está denunciando que um certo juiz, em Marabá, no Pará, estaria protegendo um grupo de suspeitos da morte de um casal de ativistas políticos, que ocorreu recentemente. Há também o caso de uma juíza no Mato Grosso do Sul que suspendeu uma operação da  fiscalização do Ministério do Trabalho e da polícia federal de libertação de um grupo de pessoas que estavam sendo mantidos como escravos em uma propriedade.
Casos como esses denigrem a imagem do país como nação civilizada e mancham a honra do Estado. Será que não existe no Brasil instância judiciária superior que poderia sustar crimes como esses? Ou será que decisão de um juiz é algo sagrado, que ninguém pode modificar?
Ora, um juiz deve ser considerado inocente, como qualquer outro cidadão até prova em contrário. Mas, diante de certos abusos, a Justiça deveria intervir, pois não é preciso ser jurista para sentir o cheiro da corrupção em certos casos. 
No Rio, o caso da morte do menino Juan põe a nu o quanto a polícia protege verdadeiros bandidos em sua composição. Uma pessoa com uma ficha como a de um dos envolvidos no caso citado não é um faltoso primário. Não é possível que ninguém soubesse desse comportamento impróprio desse indivíduo. 
O problema é que quando se tolera uma impunidade mesmo que pouco significativa, aos poucos ele se torna algo por demais violento e incontrolável. 
Será que ainda há lugar para honra nesse país?

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Civilização e barbárie


A coluna de Leonardo Sakamoto, do UOL, publica matéria sobre a ação de uma juíza do Distrito Federal e diz “A juíza Marli Lopes Nogueira, da 20ª Vara do Trabalho do Distrito Federal, atendeu a um pedido de liminar em mandado de segurança movido pela Infinity Agrícola suspendendo um resgate de trabalhadores em condição análoga à de escravo em uma fazenda de cana no município de Naviraí, Estado do Mato Grosso do Sul. O grupo móvel de fiscalização, composto por auditores do trabalho, procurador do trabalho e policiais federais, estavam retirando 817 pessoas – das quais 542 migrantes de Minas Gerais e Pernambuco e 275 indígenas de diversas etnias – por estarem submetidas a condições degradantes de serviço quando veio a surpreendente decisão da juíza”.
Não é surpreendente pois se trata de fato ocorrido no Brasil, onde os grandes sempre podem fazer alguma coisa em prol de si mesmos, ao arrepio da lei e da ordem.
Esse caso deveria ser corrigido por instâncias mais gabaritadas da Justiça e se houver algum ato ilícito em tudo isso, a punição deveria ser exemplar. Porém, no Brasil a barbárie vige enquanto a civilização espera por dias melhores. Acho que isso não tem conserto à vista. Teremos de penar por mais uns 200 anos na barbárie para só então entrar mos em outro patamar civilizatório.
No caso da juíza Marli o equívoco é tão claro e transparente que se fica a pensar em ação dolosa, ou então, o sentido comum das coisas não valem mais, isto é, quando falo água isto quer dizer fogo ou qualquer outro sentido que qualquer um queira dar.
Na verdade, se a Marli tem razão, todo o resto do mundo está louco; nenhum valor vige. Acho que a juíza faria melhor se instaurasse, a começar por Mato Grosso do Sul, a escravidão no país. Ela declararia sem efeito a Lei Áurea e aboliria o trabalho livre, digamos, para todas as pessoas com renda inferior a 3 salários mínimos. Essas pessoas seria declaradas “escravos naturais” e poderia ser exploradas por qualquer grande empresa.