terça-feira, 3 de maio de 2011

Elogio do Assassinato.

Os líderes norte-americanos perderam de vez o pouco de pudor que ainda tinham. Logo depois da Segunda Guerra Mundial, os líderes aliados queriam fuzilar sumariamente o alto comando do exército alemão, considerado composto por criminosos de guerra. Entretanto, os EUA fizeram um grande esforço para levar esses criminosos a julgamento. O ritual do julgamento era uma exigência de princípio dos valores democráticos básicos. Não se pode pretender defender a democracia desrespeitando esses princípios. Porém, agora, Os EUA fazem questão de se mostrarem ao mundo como os atores que promoveram o assassinato de uma pessoa, possivelmente, merecedor de todo tipo de censura. Porém, a apologia do assassinato feito pelos EUA jogam os princípios da democracia por terra e abre um precedente extremamente perigoso: a partir de agora, soldados dos EUA poderão invadir uma casa qualquer e metralhar todos que estiverem ali, com base em um suposto direito de defesa, de vingança ou de reparar uma ofensa. É claro que a procura e possível prisão de Bin Laden era uma ação legítima. É claro que ninguém, em sã consciência, poderia condenar uma ação que visasse prender ou tirar de circulação uma pessoa com um passado tão tenebroso como o de Bin Laden. Entretanto, o modo como os EUA agiram só faz com eles sejam equiparados aos piores terroristas. Assistir a um assassinato é coisa ou de psicopata ou de sádico. Psicopatas e sádicos eram abundantes nas SS e nas organizações nazistas em geral. A morte de Bin Laden, na circunstância em que ocorreu, mostra que psicopatas e sádicos nunca foram privilégio do Nazismo.

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