terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Decepção
Bem, decepção a gente sempre tem, uma vez ou outra na vida. Porém, fica estranho, no entanto, quando a gente tem decepções todos os dias. Aí a gente pensa: alguma coisa está errada. E está mesmo. A imprensa brasileira precisa de reforma e de sangue novo. Nos últimos anos, tem aparecido toda uma gama de jornalistas com um tipo de pensamento que lembra o pensamento de baratas ou de galinhas. Eles não conseguem pensar além do próprio nariz; não conseguem enxergar um pouco mais adiante e teimam em fixar seus comentários em um bordão sempre contra a esquerda, qualquer que ela seja. Se é de esquerda ou próximo dela, então deve ser criticado. São pessoas conservadoras que não hesitam em usar a mídia em favor de suas idéias próprias como se elas fossem verdades absolutas. Difundem idéias de sua subjetividade (o que um direito de cada pessoa) mas não as divulgam como opinião, mas como se verdade fossem. Fazer isso é criminoso, senão legalmente, pelo menos moral e eticamente. São jornalistas não apenas nanicos, mas anões morais.
É o caso, por exemplo, de Augusto Nunes, apresentador do programa Roda Viva, da TV Cultura. Um jornalista com 42 anos de experiência e que tem a capacidade de dar o vexame que deu por ocasião da apresentação da entrevista com o especialista em América Latina, Peter Hakin. Num dado momento do programa, o senhor Augusto perguntou ao entrevistado como a corrupção no Brasil estaria afetando a política nacional, em comparação com os outros países da América Latina. O entrevistado então disse que ele não estava assustado com a corrupção, que para ele sempre fora um grave problema não só aqui mas na região. E Peter Hakin perguntou se o jornalista sabia qual era o lugar que o Brasil ocupava no ranking da corrupção na América Latina. O Augusto não sabia e ficou meio pasmo quando Peter disse que o Brasil era o quarto colocado e apressou-se em dizer que esse ranking precisava ser atualizado. Ou seja, para ele (Augusto) o Brasil é o país mais corrupto do mundo e ninguém pode contestar essa sua verdade “interior”, mas que ele divulga aos quatro ventos. Para terminar o programa, usando de sua prerrogativa de apresentador, usou os minutos finais para instilar um pouco de veneno na figura de Lula, contando uma anedota desagradável e sem nenhum sentido para o programa. É ou não é para ficar decepcionado.

Pobre país, dominado por uma imprensa que não tem neurônios suficientes para entender o contexto conjuntural. Não é à toa que Augusto é cria da Veja.

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