quinta-feira, 7 de julho de 2011

Civilização e barbárie


A coluna de Leonardo Sakamoto, do UOL, publica matéria sobre a ação de uma juíza do Distrito Federal e diz “A juíza Marli Lopes Nogueira, da 20ª Vara do Trabalho do Distrito Federal, atendeu a um pedido de liminar em mandado de segurança movido pela Infinity Agrícola suspendendo um resgate de trabalhadores em condição análoga à de escravo em uma fazenda de cana no município de Naviraí, Estado do Mato Grosso do Sul. O grupo móvel de fiscalização, composto por auditores do trabalho, procurador do trabalho e policiais federais, estavam retirando 817 pessoas – das quais 542 migrantes de Minas Gerais e Pernambuco e 275 indígenas de diversas etnias – por estarem submetidas a condições degradantes de serviço quando veio a surpreendente decisão da juíza”.
Não é surpreendente pois se trata de fato ocorrido no Brasil, onde os grandes sempre podem fazer alguma coisa em prol de si mesmos, ao arrepio da lei e da ordem.
Esse caso deveria ser corrigido por instâncias mais gabaritadas da Justiça e se houver algum ato ilícito em tudo isso, a punição deveria ser exemplar. Porém, no Brasil a barbárie vige enquanto a civilização espera por dias melhores. Acho que isso não tem conserto à vista. Teremos de penar por mais uns 200 anos na barbárie para só então entrar mos em outro patamar civilizatório.
No caso da juíza Marli o equívoco é tão claro e transparente que se fica a pensar em ação dolosa, ou então, o sentido comum das coisas não valem mais, isto é, quando falo água isto quer dizer fogo ou qualquer outro sentido que qualquer um queira dar.
Na verdade, se a Marli tem razão, todo o resto do mundo está louco; nenhum valor vige. Acho que a juíza faria melhor se instaurasse, a começar por Mato Grosso do Sul, a escravidão no país. Ela declararia sem efeito a Lei Áurea e aboliria o trabalho livre, digamos, para todas as pessoas com renda inferior a 3 salários mínimos. Essas pessoas seria declaradas “escravos naturais” e poderia ser exploradas por qualquer grande empresa.

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