Simon Bolívar dizia que fazer certas coisas na América do Sul era o mesmo que arar no mar. Desde a queda das duas Torres nos EUA e a conseqüente guerra contra o terrorismo, o governo norte-americano vem acumulando toda uma série de atos ditatoriais, que ferem frontalmente os princípios democráticos que fundaram a nação americana. Falar de democracia, de direitos civis, de direitos humanos, nos EUA nesse nosso tempo presente é o mesmo que arar no mar, isto é, é risco n´água. O caso da perseguição de Julian Assange é mais um episódio dessas ações sem cabimento dos EUA. Para a imperial nação do norte, eles são donos da privacidade de todos pois todos são suspeitos de armarem algum mal para os EUA.
Na verdade, estamos assistindo aos, talvez, primeiros estertores, desde o fim da Guerra Fria, do gigante do Norte, que está prestes a perder o monopólio do controle da informação no mundo. Enquanto eram empresas norte-americanas que detinham o monopólio da informação, os EUA declaravam sem cessar que todos tinham o direito à informação e o direito de disseminá-las. Entretanto, de repente, empresas outras que não as norte-americanas estão usado essa prerrogativa, que antes era monopólio do Império. Vendo seu poder escoar por entre suas garras, a grande nação do Norte começou a uivar e a espalhar ao redor do mundo tortura, prisões sem mandado ou acusação, ou seja, começaram a espalhar o terror, coisa em que são mestres.
O que causa espanto é a morna ou fria reação de todos aos ataques dos EUA contra a empresa que está causando tanto furor nos EUA, o site Wikileaks e o seu diretor Julian Assange. A prisão de Assange equivale às prisões de bruxas na Idade Média; equivale a uma tentativa bárbara de censurar informações que são de direito de todos. Não se pode falar de liberdade sem informação livre, clara e à disposição de todos. Não há nada que possa justificar o fim da liberdade de expressão. Se há razões para acabar com a liberdade, então, a vida não vale mais a pena.
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